Munchausen

Síndrome de Munchausen

Transtorno factício

Também chamado de transtorno factício, esta se caracteriza por um comportamento compulsivo de repetição de fingimento de doenças de forma consciente e voluntários, pois são feitos com um objetivo, que é o de se tornar um doente e necessitar de cuidados médicos e hospitalares. Sem interesses secundários, como benefícios financeiros, ou chamar a atenção, ou vantagens.

            O nome foi dado em homenagem a um barão, oficial da cavalaria alemã, Hieronymus Friedrich Freiherr von Munchausen, por causa de suas estórias fantásticas que contava.

            Este transtorno parece acometer mais as pessoas que estão ligadas a área de saúde, trabalhadores de hospital, ou que tem acesso a conhecimentos médicos, do que na população em geral. Mais frequente em mulheres. Os sintomas psicológicos falsos são menos relatados do que os sinais e sintomas físicos.

            Um grande número de pessoas que recebem este diagnóstico, têm associado outro transtorno psiquiátrico, como transtorno do humor, transtorno da personalidade, ou relacionado a substâncias.

            A causa deste transtorno ainda é pouco conhecida, devido a dificuldade de abordagem destes pacientes em terapias. Em muitos há história de abusos ou privações na infância, levando a hospitalizações frequentes. Desajustes familiares, mães que rejeitam, pais ausentes. Fazendo com que os pacientes percebam um ou ambos os pais como figuras de rejeição; Com os quais não conseguem estabelecer um relacionamento próximo. Ao mesmo tempo em que buscam aceitação e amor. Em alguns, que possuem traços masoquistas, pode haver a  busca por procedimentos dolorosos, como exames de diagnóstico invasivos, ou cirurgias recorrentes, onde a dor serviria  como método de auto punição. Estes pacientes podem ter tido contato com parentes que foram hospitalizados por doenças reais.

            Geralmente são pessoas cuja a auto-imagem é perturbada, pobre formação da identidade, algumas vezes assumindo a identidade de pessoas ao redor. Geralmente agem na construção da doença sozinhos. Não apresentam alterações detectáveis no EEG.

            É subdividida em 3 subtipos, de acordo com a maior ocorrência de sintomas em determinadas áreas.

• Predominantemente psicológico: as doenças giram em torno dos transtornos psiquiátricos, freqüentemente incluem depressão, alucinações, sintomas conversivos, comportamento bizarro. Que não melhoram com o tratamento. Os pacientes podem parecer deprimidos e explicarem sua depressão através de estórias fantásticas, como morte trágicas de membros da família.
• Predominantemente sintomas físicos: é o tipo mais conhecido. Os pacientes simulam de forma quase perfeita as doenças, capazes de enganar clínicos experientes, e conseguem internamentos hospitalares, exames invasivos e até procedimentos cirúrgicos. Pode afetar qualquer parte do corpo. Os sintomas mais apresentados são sangramentos, dor abdominal, febre, hipoglicemia, vômitos e tonturas. São pacientes de difícil tratamento pois ficam angustiados quando apresentam melhoras.
• Fatores psicológicos e físicos combinados: onde coexistem os dois tipos de sintomas. Os pacientes podem variar de luto, demências, estupro e convulsões simuladas.

Existe outro tipo de transtorno factício sem outra especificação, no qual se observa o transtorno factício por procuração. Neste a pessoa produz sintomas e sinais de doença em uma  outra pessoa, parente ou de quem cuida. De forma intencional, com a única intenção de se tornar doente indiretamente. Como mães que produzem doenças em seus filhos, contaminando amostras de exames, fazendo uso de medicação inadequada.