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Transtorno bipolar em jovens

Este tipo de transtorno vem sendo bastante diagnosticado em crianças e adolescentes, antes de entrarem na puberdade. Pode vir associado a outras doenças como transtorno da conduta, transtorno por abuso de drogas, ansiedade, transtornos induzidos por traumas, por exemplo. É quatro vezes mais comum em meninos, do que em meninas. o início pode ser prolongado, com uma evolução crônica, e ter menos respostas ao tratamento.

É dividido em transtorno bipolar I e II, e Ciclotímico.

No transtorno bipolar I, para ser classificado desta forma é necessário haver um episódio maníaco, que é um estado de humor anormal e elevado, com irritação persistente e imprevisível, humor flutuante com rápidas mudanças entre a fase de mania, com a de depressão maior, as manifestações psicóticas são mais comum nos jovens. O início precoce geralmente se inicia com um quadro de depressão , e não de mania.  Chama-se “virada”, o momento em que o jovem passa de um estágio para o outro. Essa virada esta associada com depressão de inicio precoce, lentificação das atividades motoras e do pensamento, delírios, choro fácil e abundante.

No transtorno bipolar II, é caracterizado por episódios depressivos graves, que se segue de episódios de hipomania; que consiste em um humor elevado expanssivo ou irritado, menos intenso e incapacitante do que no episódio maníaco .

O transtorno ciclotímico, é quando o jovem apresenta humor flutuante, inesperado, onde pode variar de sintomas hipomaníacos para depressivos mais leves, com a duração de um ano.

Entendendo um episódio de Mania:

Um jovem com quadro de mania se apresenta eufórico, inquieto, como se “estivesse ligado ao um motor”, cuja energia não acaba.  Mas para que o diagnóstico seja confirmado é necessário a presença de três sintomas dos abaixo:

  • atitudes imprudentes que coloquem em risco, sem medir consequências
  • distratibilidade
  • grandiosidade ou auto-estima aumentada
  • fala apressada, sem parar
  • dificuldade no sono
  • inquietação, irritabilidade aumentada

São vários os fatores que causam o aparecimento do transtorno bipolar. São eles a carga genética, ( hereditariedade ou seja presença de outras pessoas na família com sintomas semelhantes, adultos com inicio precoce de transtorno bipolar tem aumentado o risco de seus filhos desenvolverem esta doença na infância ou adolescência, e em alguns casos com um duração maior e mais debilitante. O transtorno é agravado se o ambiente em que vive o jovem for hostil, com estresses agudos ou crónicos A presença de alterações nos genes  transmissores de serotonina. Pode em alguns casos ser visto alterações na estrutura do cérebro através da ressonância nuclear magnética.

Deve-se ter em mente sempre os cuidados para evitar situações graves como o suicídio, que deve sempre ser perguntado ao paciente e observado sua tendência, bem como acessos de grandiosidade, grande irritabilidade, impulsividade, pouca capacidade de considerar as consequências de atos de risco. A segurança é fundamental!

Tratamento

Como tratamento, o objetivo é aliviar e estabilizar os sintomas agudos e posteriormente os crônicos. observar se há alguma doença associada e tratar. uso criterioso de antidepressivos, avaliando custo benefício. Observar cuidadosamente o comportamento do jovem, para perceber o momento de uma “virada” ou manifestação de tendências suicidas ou comportamentos imprudentes. Observar o desempenho escolar, e a forma como este jovem se relaciona com amigos, familiares e conhecidos.

A hospitalização é necessária quando nos deparamos com um quadro agudo e grave, para que a segurança do jovem seja preservada.

O acompanhamento com um psiquiatra é fundamental, para manter sempre a estabilidade do quadro, já que se trata de uma doença que oscila de forma imprevisível, com grande comprometimento da saúde para o jovem. Também para orientar o uso correto e contínuo da medicação, explicando suas possíveis complicações.

A família precisa ser apoiada por uma terapia para que se estimule um ambiente familiar saudável, o que reduz as complicações do transtorno bipolar.

Orientação de como a escola lidar com o comportamento destes jovens de maneira adequada, avaliando quando necessário a necessidade de uma educação especial, que seja individualizado e apropiado.

Espectativas sobre a evolução do transtorno bipolar

O transtorno bipolar, quando tem um início em idades mais jovens, tende a durar mais tempo e com dificuldade de responder bem ao tratamento. um terço das crianças que tem diagnóstico inicial de transtorno depressivo maior, tem seu diagnóstico definitivo como transtorno bipolar. Quanto mais longo for a duração da doença e maior for   a intensidade do episódio de mania, ou ocorrerem rápidas “viradas”, pior a doença pode se manifestar.

Uma boa observação em seu filho, calma e um bom acompanhamento médico psiquiátrico, podem reduzir as gravidades dos sintomas, tranquilizar e aliviar o sofrimento do paciente e seus familiares, e facilitar o convívio em sociedade por estes pacientes.

dezembro 4, 2010 at 1:40 am Deixe um comentário